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31/10/2010

PORCA LOUCA


PORCA LOUCA é o novo espetáculo do Grupo Teatral Os Bruxos da Corte, trata-se de uma reunião de esquetes de comédia que mesclam o non-sense e o humor negro.
O PRESENTE – um senhor vai comprar uma lingerie para “apimentar” seu relacionamento.
HOJE NÃO É SEU DIA DE SORTE – uma moça indefesa, amarrada no meio de um descampado, após ser abusada por cinco homens armados, encontra o consolo nas mãos de um padre.
NA DELEGACIA – um homem vai a delegacia confessar seu crime: atropelar um argentino...
McBETH – o cozinheiro de um restaurante decadente mata “sem querer” a sua amada; as coisas podem piorar pois em seguida entra um cliente: um policial faminto por hamburguer!
PORCA LOUCA – diariamente somos bombardeados pelos mais edrúxulos vendedores ambulantes, telefonicos e virtuais; uma tarde qualquer, Dante Del Toro recebe uma encomenda surpreendente: a amputação de sua perna!
FRAGMENTO CORAÇÃO – um fragmento de peça romantico, no qual um homem tenta provar seu amor: terá que dar seu coração à sua amada.

A ideia é que a peça seja apresentada em restaurantes e/ou bares culturais, numa espécie de “cardápio cultural”, no qual os clientes escolherão as cenas de sua preferência que serão divididas em “entrada, petisco, prato principal e sobremesa”.

Confira a PORCA LOUCA em: www.youtube.com/osbruxosdacorte.


FICHA TÉCNICA:
TEXTO & DIREÇÃO: takashi severo

ELENCO:
Haroldo Ramos
Ingrid Weber
Jaime Weber
Mariane Matos
Odair Nascimento
Ricardo Liechtenfels
Valéria Pinheiro

DATAS DE APRESENTAÇÃO:
22/09 - DIDASCÁLICO, IF-SC
13/10 - MERCADO PÚBLICO 19 HS- FLORIPA
28/10 - E.B. REINALDO WEINGARTNER - 20 HS PALHOÇA
06/11 - RESTAURANTE BIG BAMBOO - 20 HS - GUARDA DO EMBAÚ

19/11 - FACULDADE MUNICIPAL DA PALHOÇA - 20HS - PALHOÇA
27/11 - EVENTO ATLETAS DA NATUREZA - 14 HS - GUARDA DO EMBAÚ
27/11 - RESTAURANTE BIG BAMBOO - 20 as 23HS - GUARDA DO EMBAÚ
30/11 - FESTIVAL DAS CÁTEDRAS - 19HS - IF-SC - SÃO JOSÉ

QORPO SANTO RESSUCITA!





QORPO SANTO

O maldito autor qorpo santo, autor de uma obra maldita e personagem de si mesmo. Nascido em algum dia de algum ano do século XIX, exerceu diversas profissões tais como professor, delegado e vereador; sujeito um tanto excêntrico que passava os dias a escrever: sobre política, gramática (propunha uma reforma ortográfica na língua da qual o maior exemplo é a grafia de seu nome), religião (donde o transcendente nome de qorpo santo que adotou – seu nome de batismo josé joaquim de sei lá o que campos leão), filosofia, economia, moral, poesia e teatro.

Talvez de tanto escrever tenha se esquecido de suas obrigações maritais de maneira que sua esposa mandou-o internar num hospício, diagnosticado de monomania (escrever o tempo inteiro), qorpo santo discordou, se rebelou, conseguiu ser transferido para o rio de janeiro para ter outra opinião médica (talvez menos preconceituosa pois lá era um completo desconhecido enquanto em porto alegre era tido como excêntrico) e no rio de janeiro os médicos o consideraram saudável e deram-no alta.
Apesar disso (ou principalmente porAQUILO) sua mulher o mandou internar novamente no RS (onde já se viu, quando se livrara do louco eis ele de volta! Já estava acostumada com a liberdade e tranquilidade que a viuvez temporária lhe concedera: “Esses médicos são umas belas bestas!” pensara a senhora campos leão). Ao contrário do que parece qorpo santo não viveu a vida toda em manicomios, apenas o tempo suficiente para ser consedirado para toda a ternidade como louco eterno.
Talve estivesse em jogo questões financeiras, interessses de alcova, que sei eu?, o fato é que o louco (e corno?) manso ao regressar a porto alegre (que em 18 e lá vai fumaça era uma cidade onde já se praticava o eterno reparar na vida alheia) sua vida não seria mais a mesma, morreu com a opinião geral de sua loucura e sua “OBRA” uma completa piada para o anedotário das gerações posteriores (NINGUÉM se prestou a ler sua “enciclopédia” e mesmo que o lesse nada mais encontraria senão motivos para confirmar sua fama de louco – alguns já nascem póstumos – vaticinou certa vez federico, mais um dos mortos em vida.
Em seus arroubos proféticos, qorpo santo dizia que só a cem anos seria compreendido – e continuava a escrever (agora sim é que havia motivos para apenas escrever). Na impossibilidade de ver seus livros publicados qorpo santo INVENTOU uma tipografia em sua casa na qual forjou dua ENCIQLOPÉDIA – OU SEIS MESES DE UMA ENFERMIDADE – escritos (ou psicografados) por qorpo santo – em 11 volumes, ou 13, sei lá e não importa... e assim foi...
- “daqui cem anos serei compreendido”, eis o vaticínio de qorpo santo

QUASE CEM ANOS DEPOIS
breve parenteses - nesses quase cem anos o que ao mundo aconteceu (o leitor poderá acrescentar itens a essa lista a vontade): fotografia cinema rádio televisão tantas guerras socialismo capitalismo foguetes aviões a morte de deus e o nascimento do futebol pílulas rock n roll eletricidade adolescentes pílulas anestesia sexo livre mais guerras vanguardas extermínios surrealismo o fim da vírgula o nascimento da sua sogra e o caralho a 4

quase cem anos depois um grupo de estudantes, artistas e intelectuais, que ouviram as histórias de seus avós sobre o folclore do louco alegrense e sabendo daquela quem ri por último é o que ri melhor (ou o que não entendeu a piada?, ou o que soltou o pum?,), transformaram o preconceito em curiosidade de poder ter em mão e almas tão maldita obra, o boato dizia que um velho professor – desses velhinhos devoradores de livros – havia em sua casa exemplares dessa enciqlopedia e sob o pretexto qualquer de dar uma mão ao professor – que poxa já era velhinho e um tanto ciumento de seus livros – um desses estudantes deu umjeito de entrar na biblioteca e surrupiar alguns exemplares e tirar um xerox (marca registrada) baratinho na facu e devolver ao bom velhinho – professor que nos seus bons tempos adorava espiar os joelhos das moçoilas – e chegaram a coclusão que seus antepassados não estavam totalmente errados mas em parte sim: dentre esses volumes que abarcavam diversos volumes tentando dar cabo de todo o conhecimento humano, dentre esses pirados e pretensiosos volumes – havia um dedicado ao teatro – e lá sua loucura e involuntário humor encontram o terreno certo para se transubstanciar.

e por que não? Esses jovens montam três daqueles textos curtos: eu sou vida eu não sou morte, mateus & mateusa e as relações naturais... em 1966 cem anos depois estreou a obra inédita de qorpo santo e cornfirmar seu vaticínio; agora não mais a obra de um louco e sim de um gênio – o homem a frente de seu tempo e qualquer outro cliche que queiras fazer, caro leitor.

REPERCUSSÃO
A montagem percorreu diversos festivais, apresentou-se em sampa e no rio; a crítica ficou espantada ao reconhecer na obra de QS um precursor de todas as vanguardas, do surrealismo, do teatro do absurdo; tudo isso são rótulos sem os quais um crítico não consegue gozar, esses mesmos críticos que consideram o início do absurdo do teatro a estreia em 1901 de ubu rei de jarry lá na ponte que partiu da frança, como podia alguém na província de porto alegre escrever 35 anos antes uma obra genuinamente mais absurda ousada e vanguardista que todos os demais ionescos besckets jarrys arrabais e outras bestas que tais.

Considero essa parte a mais besta, papo que só a crítico interessa (sob esse prisma o adultério da sra qorpo santo é mais interessante e paudurecente).

Qorpo santo me fascinou primeiro como personagem – que filme não daria sua vida?!! – mas sua obra (quando achei aquela edição perdida na biblioteca da escola) que conheci na adolescência, me fascinou desde o começo, uma fera carismática, lia e não entendia e na minha curiosidade adolescente mais me fascinava.

À primeira vista suas peças são ruins, mau escritas, confusas, enredo fraco; se a loucura acabou com sua vida fez um bem danado a sua eternidade; sua obra foi salva pela loucura, sem essa doideira santa seu teatro teria sido pior que o de machado de assis;

À segunda vista aquilo que parecia defeito transforma-se em urgência... há um autor no qual urge dizer algo, sua escrita é um exorcismo de demônios, escreve sem tempo para correção, sem se importar em aparar arestas (alguém que sabe que o texto é pre-texto); e o leitor acompanha a criação literária, mais que um leitor é testemunha, comédias que transformam-se em comédias, personagens que mudam de nome durante a peça, a tal da transmigração de almas, diálogos que são corrigidos nas rubricas, diálogos não, as personagens não dialogam, são mais como monólogos a dois;

Nas leituras seguintes o autor se revela a nós através de suas personagens, cada uma sendo uma espécie de faceta de sua personalidade, uma psique; a partir de então o autor transmigra de personagem em personagem, incorpora em seus leitores/atores/espectadores, na re-invenção do ator/autor de seus textos;
Suas peças lembram o woizeck de büchner, diz a lenda que o autor ao morrer deixou um conjunto de cenas sem ordem aparente, de maneira que cada encenador tem que “editar” o espetáculo à sua maneira;

(depois de anos lendo qorpo santo encontrei um método de leitura, lá vai a receita: após a meia noite, um copo de pinga, um cigarro de maconha, leio e chamo, reviva qorpo santo, gole, tragada, viva qorpo santo – e mediunicamente ele vai revelando – revelações)

O texto teatral é antes de tudo um pré-texto, um pretexto; qorpo santo obriga-nos a digeri-lo e ruminá-lo, re-arrumar suas falas, editar cenas, preencher os vácuos; intuição, vertigem, paranormalidade, loucura, um desafio em busca de nossos obscuros objetos de desejos.
(escrito de 2 para 3 de maio de 2010, das 1 às 2:30hs)

HISTÓRIA DOS BRUXOS DA CORTE


1ª ETAPA – O TEATRO DA PINHEIRA (2004 – 2005)
O Grupo Teatral Os Bruxos da Corte surgiu na Praia da Pinheira em julho de 2004. Tudo começou quando Takashi Severo, escritor e diretor teatral, se mudou da grande babilonia de sampa em busca de sossego no litoral catarinense. O acaso o trouxe para a Pinheira e lá, ao invés de se tornar pescador, como só sabia teatrar, começou a formar um grupo de teatro.
Acontece que um grupo de teatro numa vila de pescadores é algo um pouco improvável. Poucas pessoas levaram fé nessa história. Juntou-se então duas pessoas: Veronica e André que começaram os ensaios de A FALECIDA, uma adaptação para dois atores do texto de Nelson Rodrigues. No início de julho a esquete estava pronta e então iniciaram apresentações em festas na comunidade: Festa da Tainha, Festa Junina, campanha política e jantar beneficiente. Devido ao bom desempenho iniciamos uma temporada em agosto no bar e restaurante Rupestre, então um reduto cultural na praia da Pinheira. E lá a temporada foi um sucesso.

Então se no início as pessoas achavam impossível o teatro na pinheira, com o início das apresentações foram juntando muitas pessoas querendo participar e assim iniciamos os ensaios de mais dois textos: A PEQUENA LOJA DE HORRORES e EMBAÚ DA FELICIDADE.

Empolgados resolvemos alugar um galpão do antigo sacolão de frutas, que estava desativado, e adaptamos esse espaço improvável num centro cultural. A partir de então foi criado o TEATRO DA PINHEIRA. Esse espaço resistiu por 10 meses e produzimos 6 espetáculos e o sétimo que ficou pelo caminho:

- A FALECIDA, de Nelson Rodrigues,
- A PEQUENA LOJA DE HORRORES, de Takashi Severo;
- EMBAÚ DA FELICIDADE, de Takashi Severo
- TIXA LAGARTIXA, de Sandro “Macaco Elétrico” Ribas, Caetana e Takashi
- CUIDADO CRIANÇAS, de Takashi Severo;
- ESPERANDO ZULÚ, de Takashi Severo.
- MARCIANITA, de Takashi Severo (abortado antes da estreia pelo fim do teatro)

Foram 10 meses de resistência porque tínhamos que pagar aluguel, produzir as peças, comprar materiais (extensões, refletores, caixas de som, máquina de fumaça, etc), cenários, cortinas, etc, e tudo isso com bilheteria de teatro numa vila de pescadores (nosso ingresso era de R$ 3). Apesar de sempre contar com peças em cartaz e um público surpreendente, não era o suficiente para manter a estrutura do teatro então criamos a o sistema de “patronagem”, que consistia numa espécie de patrocínio que o comércio local colaborava com nossa iniciativa (com R$ 10, R$ 30, R$ 50) e paralelamente entramos com um pedido de patrocínio ao governo estadual de manutenção do nosso espaço.

Os grandes momentos dessa 1ª etapa foram a participação da mostra paralela do XIV Festival de Teatro Isnard Azvedo com as peças A PEQUENA LOJA DE HORRORES e EMBAÚ DA FELICIDADE, essas apresentações no Teatro da Pinheira pela primeira vez levaram o festival para fora da ilha,recebendo grande destaque na mídia, com matérias no DC, RBS e SBT.

Pessoas que participaram dessa 1ª etapa dos bruxos da corte: veronica staats, dré andré, sandro ‘macaco elétrico’ ribas, flavia, caetana e laura, harrison e mariana, dedé, chiquinha, aline, samanta, nilson, zorba, diego e as crianças: ingrid, jaime, carol, vitória, camila,etc.

Dentre nossos patronos destacamos: o grande artista Jacob Silveira, Jucélia Weber, restaurante recanto, agropecuária, bila, swashtya yoga, rest sea cocquille, supermercado santos, los fricks, big bamboo, pousada do francês, pousada gaivota das pinheiras, a escola que nos emprestou as cadeiras, o macaco que conseguiu o equipamento de iluminação, e tantas outras pessoas pois minha memória já não é mais a mesma.

Infelizmente o sonho do Teatro da Pinheira acabou por total falta de vontade do locador, o tal dono do sacolão; ele realmente não curtia a história do teatro e decidiu demolir o antigo galpão para aumentar área de estacionamento ou qualquer outra coisa, de maneira que quando saiu o patrocínio para a manutenção do nosso espaço cultural este já não existia mais e então começou a segunda etapa na história da trupe teatral.

2ª ETAPA – PROJETO ESCOLA (2005 a 2008)

O fim do teatro da pinheira não foi o fim do grupo. Em meio a ressaca apareceram duas grande oportunidades. O convite de fazer a encenação do nascimento de cristo e o convite para ensaiar no Salão dos Idosos, local que nos abrigou entre 2005 e 2009, graças a boa vontade de Dona Lúcia.

Nesse novo local de ensaio uma nova fase iniciamos:

Percebemos que uma das grandes dificuldades para (sobre)viver de teatro é a falta de interesse das pessoas em relação a cultura e um dos grandes desafios seria a formação de público. Pensando nisso iniciamos os ensaios de duas peças, uma infantil e a outra para adolescentes: A MÃE DO PATINHO FEIO e OS RINOCERONTES.
Ambas eram fábulas, ou seja, falavam de bichos para falar de gente, e foram montadas visando criar o público do futuro, ou seja, as crianças e os adolescentes. Com o dinheiro do patrocínio, que não mais seria usado para a manutenção do Teatro da Pinheira (pois havia sido demolido), elaboramos e financiamos o PROJETO ESCOLA, que consistia em apresentar esses espetáculos para escolas públicas e privadas, cobrando valores simbólicos de ingressos (R$ 1). Ao final da apresentação havia um debate com os alunos abordando os temas apresentados nos espetáculos.
O projeto foi um sucesso por diversos fatores:
- apresentação em sete municípios da grande florianópolis e litoral sul (palhoça, são josé, florianópolis, santo amaro da imperatriz, paulo lopes, garopaba e imbituba)
- mais de cem apresentações em escolas públicas e privadas com um público estimado em 10 mil alunos
- a formação de uma geração de alunos curtindo o teatro dos bruxos
- uma forma de o grupo se auto gerir com os recursos das apresentações

No ano seguinte produzimos mais dois espetáculos. Preparamos uma peça infantil trabalhando as questões folclóricas trabalhadas por Franklin Cascaes (para comemorar o centenário de seu nascimento) e para os adolescentes e público adulto concluímos a montagem dos 3 atos de A FALECIDA, de Nelson Rodrigues, numa adaptação para 3 atores. Com esse espetáculo fizemos temporadas no restaurante Big Bamboo e participamos do Festival de Teatro de Pomerode. Em seguida iniciamos o processo de aquisição de direitos autorais mas ao mesmo tempo, por problemas internos, tivemos que “dar um tempo” na montagem (esperamos em breve ressucitar A Falecida, num projeto maior que falaremos adiante).

Cabe ressaltar também duas novas montagens produzidas pelos bruxos:

Em 2005, na ressaca do fim do teatro da pinheira e início da nova fase de projeto escola, a professora Hélia nos convidou a montar um auto de natal. Esse foi o ponto de partida para fazer um projeto antigo que tínhamos: recontar a história de cristo sob um outro prisma: não a mitologia de deuses e semi-deuses, e sim a história de pessoas comuns. Inspirado pela canção “José” de Rita Lee, montamos ´José´, que acabou sendo batizado de “O Nascimento de Cristo no Vale da Utopia”, peça que seria remontada pelos anos seguintes sempre com grande repercussão de público e crítica e com mini-turnês em diversas cidades.

No ano seguinte, Mario Souza, um dos atores que ingressaram no início dessa nova fase, propôs a montagem de um monólogo inspirado na obra de Malba Tahan, “A Sombra do Arco-Iris”, peça poética que participou de diversos eventos, como a Mostra de Artes de Garopaba, temporadas no Big Bamboo e Ponto Íntegro pelos verões seguintes.

Ao todo, nessa segunda etapa montamos as seguintes peças:
- A MÃE DO PATINHO FEIO , de Takashi Severo (de 2006 a 2009)
- OS RINOCERONTES, de Takashi Severo – inspirado no texto de ionesco (de 2006 a 2008)
- AS BRUXAS DA ILHA, de bianca e sara, dramaturgia takashi severo (2007)
- A FALECIDA, de nelson rodrigues (versão completa) (2007)
- A SOMBRA DO ARCO-ÍRIS, malba tahan, projeto de mario souza, direção takashi 2006 a 2009)
- O NASCIMENTO DO CRISTO NO VALE DA UTOPIA, de takashi severo (2005, 2006, 2007, 2010)

Pessoas que participaram dos bruxos nessa segunda etapa: veronica staats, dré andré, mario souza, fernanda colpani, bianca andrade, sarah andrade, ramon noro, jucélia weber, dico, diego basco, vera, seu paulo, dagoberto bordin, betão e ruth, os adolescentes: pamela, ingrid, jaime, cleber, julio cesar, esther e as crianças: martyin, bruna, patricia, tales, gabriel, e tantou outros “anjinhos”.

Parceiros importantes dos bruxos nessa época: salão dos idosos da pinheira e dona lúcia, secretaria de educação da palhoça (jocelete, judite, edivane), secretaria de turismo de garopaba, seu lucio do supermercados rosa, pessoal do seitec, cdl de floripa, restaurante big bamboo, ponto íntegro, prefeitura de pomerode, professora Hélia e o Pró-Crep, Professor Madeira e seus Atletas da Natureza, teatro adolpho mello e teatro da ubro.

Depois de quase 4 anos trabalhando com o forte intuito de formar público, com crianças e adolescentes, estava na hora de voltar ao público adulto e às peças mais alternativas. Tudo começou no verão de 2004/2005, durante a temporada de “Esperando Zulu”, um dos assíduos frequentadores era Jacob Silveira, pintor de renome e agitador cultural, que entre uma sessão e outra me comentava: “olha, tem uma história que aconteceu comigo nazantigas que tenho certeza daria uma grande história” – essa história que Jacozito falava era o tal do palhostock, um festival tipo woodstock que aconteceu na palhoça em 1974, organizado por Jacob e mais dois amigos. Aquela história aos poucos foi me contagiando, a semente estava jogada...

3ª ETAPA: O PALHOSTOCK (2008 a 2011)
Logo após o carnaval de 2008, tive um sonho sobre um festival de música, muito vivido, terminava com a tropicália (viva a bossa-çá-çá, viva a palhoça – çá-çá-çá!). Na noite seguinte o mesmíssimo sonho; acordei pronto a escrever uma peça, mas pera lá, já que escrever sobre essa história sonhada de um festival porque não sobre o palhostock! Já havia uma história em mim, precisava agora pesquisá-la. Consegui uma cópia de uma tese de mestrado em história sobre o palhostock (do paulo valério). Beleza! Com aquele material criei um “esqueleto”, uma história linear sobre aqueles distantes dias. Então iniciei o processo de pesquisa: entrevistas com os participantes: primeiro Jacob (tantas e tantas conversas e umas três entrevistas oficiais), em seguida Baldicero (que foi o mais sóbrio e lúcido, que me entregou em papel um depoismento de suas lembranças) em seguida Edgard (com o lado-B da história e muita LOUCURA).

Em abril escrevi a 1ª parte da história e gostei do resultado. Aí iniciei o processo das mil e uma entrevistas (com todas as personagens possíveis) e a cada entrevista re-conceituava a peça que surgia em minha mente. Quando vi o tamanho da peça que surgia decidi que estava na hora de fechar um ciclo na pinheira e expandir os horizontes: de volta a babilonia!

Em 2009 comecei a lecionar na palhoça para garantir o transporte (quem conhece a paulotur sabe do que estou falando – a pior empresa rodoviária desse planetinha!) e me fazer ir para a babilonia, sair do sossego da pinheira e voltar para a cidade! Lecionava teatro num projeto de escola integral da prefeitura da palhoça (fruto do sucesso do projeto escola); minhas aulas de manhã e a tarde; e a noite, por minha própria vontade poderia formar um grupo na palhoça. A ideia era fazer oficinas teatrais para conseguir artistas e técnicos que pudessem participar do palhostock!

Na palhoça não havia sequer um espaço, por isso tive que ir para são josé. Lá apareci numa terça e na quinta-feira já conseguira salad e ensaio na casa de cultura, o adolpho mello e arena multiuso (já batalhava por um espaço na palhoça há sete meses). Após conseguir com são josé o pessoal da palhoça decidiu se mexer e conseguiram uma saleta atulhada debaixo das arquibancadas do ginásio do carangueijão. Já era um começo!

Em são josé a turma do adolpho mello logo colou junto comigo e formamos um grupo chamado ´além do palco´ mas nossos santos não bateram tão bem por isso me concentrei na turma que formava na palhoça (minha vontade é que o palhostock acontecesse na palhoça, pois é uma história de lá – o lado-B da palhoça – uma história que fala do passado para apontar o futuro – que nossa ópera rock possa chacoalhar culturalmente a palhoça como o palhostock chacoalhou três décadas atrás!)

MUITOS SÃO CHAMADOS, poucos os escolhidos! Sei lá, umas sessenta pessoas frequentaram as aulas e dyonisos foi picando algumas. Fizemos muitos exercícios (e dá-lhe boal!) e limos diversos textos e devido a força de juventude que era aquele grupo (o primeiro grupo no qual eu era mais velho – tá certo estou ficando velho de qualquer maneira) fez com que montássemos a história das duas ninfetas do ´perdoa-me por me traíres´, do nosso bardo nelson rodrigues. O local que ensaiávamos era uma saleta e os corredores aabaixo das arquibancadas do ginásio do caranguejão, então naquele corredor e suas saletas montamos a via crucis daquele espetáculo, de maneira que quando a plateia fosse assistir teria que seguir as personagens em seu martírio. E assim montamos o primeiro projeto da oficina teatral palhostock: PERDOA-ME POR ME TRAÍRES.

Apresentações em escolas de adultos (Faculdades e EJAS), temporada na ´casinha do papai noel´ na praça central da palhoça, no casarão da casa de cultura de são josé, espaços alternativos, uma montagem muito interessante. (em breve pretendo juntar a falecida e o perdoa-me e quem sabe juntar o boca de ouro – sermpre quis encenar esse texto na palhoça – por que será?! – a história de um bicheiro sob o reinado de reinério!)

Enquanto isso, o palhostock foi tomando forma, transformando-se numa ópera-rock, em dezembro de 2009 terminei a escrevinhação do roteiro – embora ainda tenha diversas cenas na cabeça – sempre encontro pessoas que assistiram o palhostock e cada qual tem uma história bacana – acontece que o roteiro está grande a beça e na real tenho que começar a “cortar” cenas – o eterno dilema entre dramaturgo-diretor-produtor, tudo na mesma pessoa (mais informações sobre o palhostock ver www.palhosblogstock.blogspot.com)
Paralelo a tudo isso apareceu um produtor (?) querendo que fizesse um teatro da gralha azul. O tal produtor era mais um daqueles paraquedistas atrás de $$ (por que um sujeito desses simplesmente não arranja um emprego que dê dinheiro?!) sem ter a mínima noção do que é uma peça de teatro isso sem entrar nos detalhes do et cetera! Ele queria que eu montasse uma peça em 5 dias (ele já estava com as escolas agendadas!) apesar da loucura eu topei (pois um dos motivos de ter desistido de apresentar o projeto escola é porque eu não tinha mais saco para ´vender´ as peças às escolas – e agora eu tinha um sujeito que vendia as peças mas não tinha um grupo) topei com a condição de re-escrever tuda aquela história de gralha azul. Na madrugada seguinte escrevi A FLORESTA DE CRIANÇAS – um um texto muito bacana, com uma árvore hippie, o tal lenhador e a gralha, uma peça muito bacana que incluia a plateia na cena final, eles tinham que interpretar junto com a árvore transformando a todos numa floresta!, claro que essa loucura só se tornou real porque encontrei duas pessoas demais: a veronica e o mario, que toparam ensaiar esse texto em regimen de urgência! E conseguimos!!
mas essa parceria não durou muito tempo porque havia uma visão de mundo muito diferente entre nós e o produtor, uma pena porque a peça era bacana.

Em 2010 tivemos algumas mudanças; com a mudança do diretor do caranguejão ficamos desalojados (o espaço que era ruim ficou pior: desapareceu). Voltamos para são josé, na casa de cultura de lá e ensaiamos lá enquanto não conseguíamos um espaçoi na palhoça. Mas onde? A faculdade da palhoça havia se mudado para um novo espaço, na ponte do imaruim, com um grande auditório, que não estava sendo usado. Tentei ensaiar lá mas diversos sub-diretores metidos a mandões deram diversos argumentos burocráticos nos impedindo de respirar o oxigênio daquele espaço não-utilizado.Então conversei com mariah (a diretora da fmp) e ela liberou na hora o espaço para nós! Que bom falar com quem manda e tem alma aberta. Quanto às aulas tive que parar de lecionar para as crianças porque estava ficando estressado (dormindo tarde – a madrugada é o único momento que posso escrever tranquilo – acordando cedo, ônibus das seis, crianças bagunceiras, abstinência da maria joana – PÁ – minha pressão foi para o espaço e larguei tudo). Em julho o pessoal da cultura da palhoça me contratou, oficializando nossa oficina teatral. Abri várias turmas e em setembro estreamos a segunda montagem da oficina teatral palhosotck: PORCA LOUCA - uma reunião de esquetes. Em seguida a re-montagem de A PEQUENA LOJA DE HORRORES, com outra turma A GREVE DO SEXO, de Aristófanes, comédia grega infelizmente ainda atual.

Peças produzidas pelos bruxos nessa nova fase:
- PALHOSTOCK (pré-produção), de takashi severo
- PERDOA-ME POR ME TRAÍRES, de nelson rodrigues
- A FLORESTA DE CRIANÇAS, de takashi severo
- PORCA LOUCA, de takashi severo.

06/10/2010

OLÁ TERRÁQUEOS

esse é o blog dos bruxos da corte. aqui encontrarás notícias sobre os espetáculos do grupo.
breve novas postagens com as novidades...
agora vou dormir!